O Brasil é um país racista e para combater cada vez mais esse preconceito, não há como nós, comunicadores, não falarmos desse assunto tão importante, principalmente na publicidade.
Nós, da Agência Fourmi, buscamos lutar contra o preconceito através da representatividade. Dessa forma, mostramos exemplos reais e positivos dentro da publicidade, essa é a nossa missão!
Para entendermos se estamos conseguindo combater o racismo na publicidade, na sociedade e em nós mesmos, realizamos uma roda de conversa com a Leticia Ambrosio para debatermos sobre o colorismo.
E você? Sabe o que é o colorismo e como ele agrava o preconceito no Brasil? Hoje, separamos esse conteúdo compartilhado pela Letícia para você entender mais sobre o assunto. Bora lá?
O início do preconceito no Brasil: a escravidão
Para entendermos as raízes do preconceito no Brasil, precisamos voltar na história do nosso país no período da escravidão.
A escravidão no Brasil foi cruel e desumana, e mesmo após 130 anos de abolição, suas consequências são vistas até hoje.
O retrato dessas consequências pode ser constatado na pobreza, na violência e na discriminação que afetam os negros atualmente. Reforçando que o nosso país passou a normalizar o preconceito contra esse grupo.
Saiba como o colorismo agrava o preconceito no Brasil
Primeiramente, precisamos entender o que é o colorismo para nos aprofundarmos na forma como ele agrava o racismo.
O colorismo é um termo utilizado para diferenciar as variações de tonalidade da pele negra, sendo do tom mais claro ao mais escuro. Essas variações podem gerar mais inclusão ou exclusão das pessoas pretas em nossa sociedade, se tornando um ponto agravante.
A partir dessa classificação de tonalidade que o colorismo faz na atualidade, vemos que essa classificação pode favorecer quem tem a pele mais clara e dificultar o dia a dia de uma pessoa com a pele mais escura.
Conforme o exemplo da Leticia Ambrosio, uma pessoa negra com a tonalidade da pele mais clara pode conseguir emprego mais fácil, por exemplo, por ter a pigmentação da pele mais próxima da etnia branca do que uma pessoa preta retinta (na teoria do colorismo, essa palavra é usada para se referir aos negros de pele escura).
De maneira prática, destacamos algo com relação ao colorismo, por exemplo, quando são criados apelidos para camuflar e anular a etnia, como: café com leite, marrom bombom, cor de jambo, morena, entre outros.
Assim, o colorismo cria uma diferenciação de tonalidade de pele, como se pudesse classificar uma pessoa como “menos negra” ou “mais negra”. Através disso, a sociedade cria cada vez mais preconceito em diversos espaços da sociedade, como: mercado de trabalho, locais de lazer, educação, etc.
Colorismo e Racismo
O colorismo é uma forma de preconceito com pessoas da mesma raça, tratadas diferentes com base na tonalidade de sua pele. O que quer dizer que: quanto mais clara for a pele da pessoa negra, menos preconceito ela sofrerá, pois ela está mais próxima da etnia branca.
Já o racismo se orienta na identificação do sujeito como pertencente à certa raça para poder exercer a discriminação, no caso contra a etnia negra.
De certa forma, o colorismo faz com que exista ainda mais racismo, pois cria o preconceito velado. Ele dá a entender que existe a inserção da população negra, porém, a possibilidade de inserção é negada às pessoas de pele mais escura.
O colorismo faz com que a sociedade crie oportunidades para grupos diferentes. A oferta só é válida decorrente da classificação do tom da sua pele, o que ainda gera a exclusão das pessoas na sociedade e agrava cada vez mais o racismo no Brasil.
Conheça mais sobre a Leticia Ambrosio, a palestrante que nos deu uma aula sobre Antirracismo.
Leticia Ambrosio é Terapeuta Ocupacional, Mestra e Doutoranda em Terapia Ocupacional pela UFSCar.